Numa era em que as pessoas são impactadas por conteúdo que passa subitamente diante de seus olhos (um flagrante contraponto ao tempo em que sabiam o que queriam e onde iriam buscá-lo), conseguir atrair sua atenção passou a ser a habilidade mais valorizada do negócio. Mas não é só.

Com câmeras ao alcance de todos, o registro da vida real se tornou padrão. Isso também transbordou para a comunicação corporativa e governamental: não queremos assistir a representações, mas ver gente de verdade (com nome, sobrenome e RG) relatando experiências reais. Mais ainda quando afirma ser real, como tragicamente ocorreu com ação do Reclame Aqui que passou de genial a semifraude. E, de novo, com a Heineken, que tentou emular a realidade.

Publicidade e jornalismo travam uma guerra surda no mundo do marketing, campo da comunicação que os aproximou. O primeiro, acostumado a atores, ensaios e encantamento. O segundo, em encontrar personagens e construir narrativas reais. A questão é que a primeira opção é sempre mais rápida de fazer, colocando-se como uma tentadora possibilidade.

Exceções à parte (sempre haverá espaço para a arte, o lúdico e a ficção honesta), o marketing de conteúdo precisa, definitivamente, do melhor desses dois mundos. É dessa equação que construiremos uma comunicação melhor e mais transparente.